Cristianismo Positivo:
O Cristianismo Positivo (Positives Christentum) é o nome dado à vertente cristã que surgiu na Alemanha Nazista e cujo objetivo era criar uma Igreja Nacional do Reich.
“(...) O produto dessa educação religiosa (da doutrina judaica) - o próprio judeu é o seu melhor expoente. Sua vida só se limita a esta terra, e seu espirito conservou-se tão estranho ao verdadeiro Cristianismo quanto a sua mentalidade o foi, há dois mil anos, ao grande fundador do Cristianismo. Verdade é que este não ocultava sua estimativa em relação ao povo judeu. Quando ele achou necessário, pegou até no chicote para enxotar do templo de Deus estes inimigos da Raça Humana que, outrora, como sempre, na religião, só discernia um veículo para facilitar sua própria existência financeira. Por isso mesmo, aliás, é que Cristo foi crucificado, enquanto nosso atual cristianismo partidário se rebaixa a mendigar votos judeus nas eleições, procurando ajeitar combinações políticas com partidos de judeus ateístas e tudo isso em detrimento do próprio caráter nacional.” - Adolf Hitler
"Meu sentimento como um cristão me aponta para o meu Senhor e Salvador como um lutador. Ele me aponta para o homem que uma vez na solidão, cercado apenas por alguns seguidores, reconheceu esses judeus pelo que eles eram e convocou homens para lutar contra eles e que, a verdade de Deus! Foi maior não como um sofredor, mas como um lutador. Em amor ilimitado como cristão e como homem, eu leio através da passagem que nos diz como o Senhor finalmente levantou em Seu poder e se apoderou do chicote para expulsar do Templo a raça de víboras e aditivos. Quão terrível foi sua luta contra o veneno judaico. Hoje, depois de dois mil anos, com a mais profunda emoção, reconheço mais profundamente do que nunca o fato de que ele tinha que derramar seu sangue sobre a Cruz. Como cristão, não tenho o dever de me permitir ser enganado, mas tenho o dever de ser um lutador pela verdade e justiça. E como um homem eu tenho o dever de fazer com que a sociedade humana não sofra o mesmo colapso catastrófico como fez a civilização do mundo antigo há dois mil anos atrás - uma civilização que foi levada à sua ruína através deste mesmo povo judeu." - Adolf Hitler
"A Igreja Católica considerou os judeus pestilentos por mil e quinhentos anos, os perseguiu e os colocou em guetos porque reconheceu os judeus pelo que eram. [...] Eu também reconheço os representantes desta raça como pestilentos para o estado e para a igreja e eu estou, desse modo, fazendo um grande serviço ao Cristianismo, empurrando-os para fora das escolas e das funções públicas." - Adolf Hitler
“Assim como os judeus conseguiram, uma vez, incitar a multidão de Jerusalém contra Cristo, hoje, eles conseguem incitar pessoas que foram enganadas na loucura para atacar aqueles que, a verdade de Deus, Procuram lidar com este povo com total honestidade e sinceridade." - Adolf Hitler
"Eu digo: meu sentimento cristão me diz que meu senhor e salvador é um guerreiro. Chama a minha atenção para o homem que, solitário e cercado por apenas alguns partidários, reconheceu o que eles [os judeus] foram, e nos chama para uma batalha contra eles, e que, por Deus, não foi o maior sofredor, mas o maior Guerreiro." - Adolf Hitler
Nos escritos dos influentes nazistas Emile Burnouf, Houston Stewart Chamberlain, Alfred Rosenberg, Ernst Bergmann e Paul de Lagarde, que usavam, entre outros, as influentes Revistas Der Stürmer e Völkischer Beobachter, em que eram editores e difundiam a doutrina teológica do Cristianismo Nazista e descreviam Jesus como um herói "ariano" que lutou contra o judaísmo. Tal redefinição histórica de Jesus como um ariano acontece porque os teólogos argumentavam que a população da Galileia era radicalmente diferente da população da Judeia, havendo, portanto, duas etnias convivendo juntas. Além do mais, O Movimento Cristão Alemão afirmava, como postulado, que Deus não se revelara apenas por intermédio de sua palavra, mas também na pátria, na história e na raça. Seguindo esse raciocínio, cabia à igreja colocar-se a serviço do povo alemão e de sua incumbência histórica, sendo assim, buscavam ressaltar a figura de Adolf Hitler como uma espécie de profeta (algo parecido com o que fizeram com Ellen White, Joseph Smith, Allan Kardec e Charles Russell) escolhido por Deus para tornar a Alemanha grande novamente. Outro ponto que levantou discórdias foi o desejo esboçado de reinterpretar todo o Antigo Testamento, tornando seus escritos, uma espécie de 'documentos apócrifos', o que não foi bem recebido por certo segmento protestante. Hitler apregoa reiteradamente que a raça ariana "foi escolhida por Deus para dominar a Terra".
“Com essa missão, o Estado, pela primeira vez, assume a sua verdadeira finalidade. Em vez do palavreado irrisório sobre a segurança da paz e da ordem, por meios pacíficos, a missão da conservação e do progresso de uma raça superior escolhida por Deus é que deve ser vista como a mais elevada.” - Adolf Hitler
O antissemitismo do Cristianismo Positivo provavelmente teve forte influência de Martinho Lutero, que escreveu algumas teses com caráter extremamente antissemitas, dentre os quais, o principal é: Dos Judeus e Suas Mentiras, escrito em 1543.
"Nosso Império deve ficar livre de judeus, aos quais após serem expulsos, devem ser despojados de todo dinheiro e joias, prata e ouro, e que fossem incendiadas suas sinagogas e escolas, suas casas derrubadas e destruídas (...), postos para morar debaixo de um telhado ou estábulo como os ciganos (...), na miséria e no cativeiro assim que estes vermes venenosos se lamentassem de nós e se queixassem incessantemente a Deus.
Cuide- se, pois, dos judeus e de suas escolas que não passam de ninhos diabólicos, cheias de blasfémias, mentiras e arrogância contra Deus e todas as gentes, como só faz o próprio demônio; e onde vires um judeu pregar, saiba que ele está envenenando as pessoas, envenenando e matando com o maior descaramento. Não entenderam a ira de Deus; acham, ao contrário, que blasfémia, orgulho e outras maldades contra os não-judeus, é servir ao seu Deus e resguardar sua nobre estirpe e sangue. Cuidado com eles!
(...)
Finalmente, no meu tempo, foram expulsos de Ratisbona, Magdeburgo e de muitos outros lugares. Um judeu, um coração judaico, são tão duros como a madeira, a pedra, o ferro, como o próprio diabo. Em suma, são filhos do demônio, condenados às chamas do Inferno. Os judeus são pequenos demônios destinados ao inferno.
(...)
Queime suas sinagogas. Negue a eles o que disse anteriormente. Force-os a trabalhar e trate-os com toda sorte de severidade. São inúteis, devemos tratá-los como cachorros loucos, para não sermos parceiros em suas blasfêmias e vícios, e para que não recebamos a ira de Deus sobre nós. Eu estou fazendo a minha parte.
(...)
Será, pois, para nós cristãos, tarefa muito séria de tudo fazer para livrar-nos, com nossas almas, desta peste que são os judeus, para salvar-nos do Satanás e da morte eterna. Devemos antes de mais nada, como já dissemos, tirar suas riquezas, queimar suas sinagogas com enxofre e fogo do próprio inferno, para que Deus testemunhe o fim destes lugares usados para ofende-lo e ofender nossa sincera devoção. Segundo, tirar-lhes seus livros escritos, que só usam para injuriar o Filho de Deus, criador do céu e da terra. Terceiro, que se lhe proíba louvar e agradecer a Deus, sob pena máxima.
(...)
Resumindo, caros príncipes e nobres que têm judeus em seus domínios, se este meu conselho não vos serve, encontrai solução melhor, para que vós e nós possamos nos ver livres dessa insuportável carga infernal, os judeus." - Martinho Lutero - Dos Judeus e suas Mentiras (1543)
“Os judeus são demônios jovens condenados ao inferno.” - Obras de Lutero - Pelikan, vol. XX, p. 2230.
Hitler em sua autobiografia Mein Kampf teceu inúmeros elogios a Lutero, chegando a descrevê-lo como um das três maiores figuras da Alemanha. Fato é que no apogeu do Reich, os nazistas usavam os escritos de Lutero como uma espécie de "Bíblia", Erich Koch, no 450º aniversario de Lutero, que ocorreu em uma celebração em Königsberg, alguns meses após a tomada do poder pelos Nazistas em 1933, afirmou que os Nazistas lutavam com o espírito de Lutero sobre isso os historiadores Dennis Prager e Joseph Telushkin dizem:
“(...) os escritos posteriores de Lutero, atacando os judeus, eram tão virulentos que os nazistas os citavam frequentemente. De fato, Julius Streicher (nazista), argumentou durante sua defesa no julgamento de Nuremberg que nunca havia dito nada sobre os judeus que Martinho Lutero não tivesse dito 400 anos antes”
Em oposição ao revisionismo teológico da Bíblia, além do descontentamento por Hitler ter nomeado Müller como bispo da Igreja do Reich, já que os dirigentes da Federação das Igrejas propuseram o pastor Friedrich von Bodelschwing, o que foi ignorado pelo Führer, parte dos protestantes se uniram e criaram a chamada Igreja Confessante, liderada por Karl Barth e pastor Martin Niemöller, que discordavam da retirada de canonicidade do Antigo Testamento e da visão de que Hitler seria um profeta enviado de Deus. Steigmann-Gall lembra que a Alemanha (foco da Reforma Protestante Luterana alguns séculos antes) era majoritariamente evangélica e, evidentemente, apoiava incondicionalmente Hitler. A discordância criada entre as duas vertentes dava-se apenas no campo das interpretações teológicas, não no campo do apoio político. Em 1935, Hitler indicou o Dr. Hans Kerrl para o cargo de Ministro de Negócios da Igreja, com instrução de conduzir acordo com a resistência espiritual protestante. Kerrl obteve grande sucesso inicialmente, organizando um Comitê Eclesiástico dirigido pelo Dr. Zöllner. Niemöller cooperou com o Comitê, embora o grupo de Niemöller ainda afirmasse ser a única igreja legítima, em oposição à Igreja do Reich.
Embora, é claro, Hitler estivesse apaixonado pelo Cristianismo Positivo, estava se sentindo muito confortável nessa posição de ser elevado em vida ao título de Profeta-Supremo ou apenas o Maior Líder que a Alemanha já viu. No entanto, Hitler perseguiu líderes católicos de oposição, especialmente quando o papa rompeu com o Nazismo e um grupo que foi particularmente estigmatizado foram os Testemunhas de Jeová.
"De qualquer modo, será minha suprema tarefa assegurar que, no recém-despertado NSDAP, os adeptos das duas denominações possam viver em paz, lado a lado, para que possam tomar a sua posição na luta comum contra o poder que é o Inimigo mortal de qualquer verdadeiro cristianismo." - Adolf Hitler
"Se o cristianismo positivo significa amor ao próximo, ou seja, o cuidado dos enfermos, a roupa dos pobres, a alimentação dos famintos, a dádiva aos que têm sede, somos nós os cristãos mais positivos. Pois, nestas esferas, a comunidade do povo da Alemanha do Reich realizou uma prodigiosa obra." - Adolf Hitler
"Através de mim a Igreja evangélico-protestante poderia tornar-se a igreja estabelecida, como aconteceu Inglaterra." - Adolf Hitler
“O Estado nacional-socialista professa sua lealdade ao cristianismo positivo. Esforçaremo-nos para proteger as grandes confissões cristãs em seus direitos, protegê-las da interferência em suas doutrinas, e em seus deveres para constituir uma harmonia com as opiniões e as exigências do Estado de hoje.”
“Imbuídos do desejo de assegurar ao povo alemão os grandes valores religiosos, morais e culturais enraizados nas duas confissões cristãs, abolimos as organizações políticas, mas fortalecemos as instituições religiosas.” - Adolf Hitler
De qualquer forma, os conflitos entre a Igreja Confessante (que correspondia a mais da metade da confissão alemã) e o Crisitianismo Positivo foram se intensificando até que Barmen publicou sua Declaração Teológica atacando o Nazismo. Foi o a gota d’água para Hitler, que usou a Gestapo para prender 700 pastores da Igreja Confessional no país inteiro.
Sobre isto, ele declarou:
"Este Estado interviu apenas uma única vez no regulamento interno das Igrejas, que foi quando, em 1933, se esforçaram para unir as fracas e divididas igrejas protestantes dos diferentes Estados em uma grande e poderosa Igreja do Reich. Essa tentativa perdeu ímpeto com a oposição dos bispos de alguns Estados e tem sido mantida em relapso. Pois, em última instância, não é nossa tarefa defender ou mesmo fortalecer a Igreja Evangélica através da violência contra os seus próprios representantes. Mas, um ponto, é bom esclarecer para que não haja qualquer incerteza: o sacerdote alemão, como servo de Deus, iremos dar a vida para proteger. O sacerdote que se colocar como inimigo político do Estado alemão, iremos dar a vida para destruir." - Adolf Hitler
Isso deu gás aos Cristãos Positivos que saíram em passeata protestante nas ruas de Berlim que reuniu 20.000 pessoas. Nesta marcha, eles publicaram três resoluções que deixavam bem claros, seus dogmas:
1 - Adolf Hitler É um complemento da reforma;
2 - Judeus batizados seriam excomungados;
3 - O antigo testamento deveria ser excluído das escrituras.
A Igreja Positiva espalhou-se por toda a Europa, partes da Ásia, da África, América do Norte e América Latina e gerou novas e novas denominações. Com o fim da guerra e a queda do Nazismo, o Cristianismo Positivo tornou-se subversivo e entrou em obscurantismo, no entanto, ainda é seguido por grupelhos neonazistas em vários países.
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